(ANSA) - A Exposição Universal de 2030 será realizada em Riad, capital da Arábia Saudita, em mais uma ação do país para tentar modernizar sua imagem diante do público internacional.
A cidade recebeu 119 votos em uma eleição realizada nesta terça-feira (28), em Issy-les-Moulineaux, nos arredores de Paris, pelo Bureau Internacional de Exposições (BIE), superando Busan, na Coreia do Sul (29 votos), e Roma, capital da Itália (17), por larga vantagem.
Essa será a segunda Expo no mundo árabe, juntando-se à edição de 2020/21, realizada em Dubai. A Itália, por sua vez, sediou o evento recentemente, em 2015, na cidade de Milão.
Riad era favorita na disputa, mas a votação foi muito acima do esperado até pelos próprios sauditas, que receberam o resultado com festa em Issy-les-Moulineaux.
A Exposição Universal reúne dezenas de nações do mundo todo, que montam pavilhões para promover aspectos determinados de sua cultura durante seis meses no país-sede.[
Repercussão
“A derrota foi amarga, estamos desapontados”, disse o prefeito da capital italiana, Roberto Gualtieri, em resposta aos repórteres ao término da reunião dos delegados do BIE em Issy-Les-Molineaux, nos arredores de Paris.
É preciso "aceitar esportivamente", acrescentou Gualtieri, enfatizando que Riad teve uma "vitória esmagadora". “Mas o projeto de Roma era um projeto lindo", continuou.
"Se isso é o que a comunidade internacional escolhe, por uma esmagadora maioria, significa que a escolha é pelo método transacional, não transnacional. Vale o princípio do interesse imediato, vale o princípio mercantil", acusou o presidente do Comitê Promotor, embaixador Giampiero Massolo.
"Até o último momento, nem nós nem os coreanos tínhamos números dessa magnitude, então algo deve ter acontecido no último momento. Não critico, não acuso, não tenho provas ", afirmou ainda.
"Estamos desapontados e lamentamos, inútil esconder. Seria uma oportunidade única de revitalização, especialmente em termos econômicos e de relações internacionais, que escapa para Roma", afirmou o presidente da Câmara de Comércio de Roma, Lorenzo Tagliavanti, em um comunicado.
"Uma perda para a Capital e para o país como um todo, infelizmente, mas não temos arrependimentos. Agora é preciso olhar para frente com renovada confiança e vontade de agir porque outro grande evento internacional está prestes a acontecer, o Jubileu de 2025, um evento que acontecerá em Roma e pertence a todo o mundo”, concluiu.
“Há desapontamento, claro, é um desapontamento dos números que parecem mostrar um fortalecimento do consenso de Riad que não penso ser necessariamente o dos últimos dias e das últimas semanas. Por outro lado, não penso que a universalidade de Roma passe necessariamente pela exposição universal", disse o ministro do Esporte, Andrea Abodi.
Já a oposição ao governo aproveitou para criticar a gestão e a promoção da
candidatura.
"Uma oportunidade perdida para Roma, mas também para a Expo. Uma
candidatura que começou mal e foi apoiada ainda pior. Que pena", escreveu nas redes sociais o líder do Azione, Carlo Calenda.
"Não somos capazes de fazer alianças na Itália e de criar um sistema no exterior. A qualidade da política deveria ser medida nessas ocasiões. Havia uma presença muito fraca, o governo não estava com seus principais expoentes, e isso significa que não se acreditava completamente. Não é um bom sinal do ponto de vista do prestígio", disse a líder do Italia Viva, Teresa Bellanova, à Skytg24.
"Lamentamos porque a Expo teria sido importante para o sistema país, infelizmente não conseguimos nos destacar e até ficamos em terceiro lugar. Isso é uma pena para o país e para a nossa Capital", disse o presidente do antissistema Movimento 5 Stelle (M5S), Giuseppe Conte.
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